Erros na Engenharia – Desmoronamento no Metrô de São Paulo

A profissão de engenheiro civil compete de várias funções, uma delas é a responsabilidade gigantesca em verificar e aprovar uma obra para ser executada. Um erro passado despercebido pode acarretar catástrofes e até mortes.

Hoje, vamos trazer sobre o desmoronamento no metrô de São Paulo, no dia primeiro de fevereiro de 2022, na qual uma cratera abriu após um trecho do asfalto ceder em proximidade com uma obra na linha 6-laranja do metrô.

O trecho que desabou estava junto a um poço de ventilação localizado entre as futuras estações Santa Marina e Freguesia do Ó, da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. A escavação na região começou a ser feita em 2021 pelo equipamento conhecido como “tatuzão”.

A obra da Linha 6-Laranja é responsabilidade da concessionária Acciona. A Linha tem a previsão de interligar o bairro da Brasilândia, na zona norte, à Estação São Joaquim, na região central da capital. Possui 15 quilômetros de estação e previsão de construção de 15 estações, quando estiver pronta, deverá transportar 630 mil passageiros por dia.

Em nota, a concessionária afirmou que houve o rompimento de uma coletora de esgoto, que funcionará como canal de ventilação e saída de emergência da linha, sendo a causa principal do acidente. Porém, o presidente da Acciona no Brasil, André De Angelo, negou que a máquina que perfura o túnel tenha se chocado com a rede de esgoto.

“Não houve nenhum choque entre o tatuzão com as redes coletoras ou adutoras. Não houve nenhum choque… Estamos buscando as causas agora. Provavelmente tem a ver com as chuvas, com erosões, porque a tuneladora estava a três metros dessa coletora, então não houve nenhum choque”, disse.

A Sabesp também afirmou que o episódio se trata do rompimento de uma super tubulação de esgoto, o chamado ITI-7, que tem 7,5 km de extensão, 3,4 m de largura e 2,65 m de altura – explicando a abundante água suja que tomou o túnel do metrô – e faz parte do projeto de despoluição do rio Tietê.

Fonte: Brasil Urgente

Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve feridos, pois todos os trabalhadores conseguiram sair da obra. Apenas dois funcionários, que tiveram contato com a água contaminada (não limpa), foram socorridos pela própria empresa responsável pela obra por precaução.

Em termos de engenharia algumas ações poderiam ter evitado:

  • Planejamento de projeto e execução da obra correto;
  • Estudo adequado das regiões próximas à obra;
  • Fiscalização dos órgãos responsáveis;
  • Soluções de engenharia;
  • Estudo da movimentação de terra com a utilização da tuneladora (tatuzão);
  • Mão-de-obra especializada;

Fonte: Brasil Urgente

Na visão do engenheiro Vinicius Marchese, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP), o desabamento “foi provavelmente movido pelo acúmulo de chuvas nos últimos dias que levou a ruptura de uma adutora de esgoto.”

“É preciso de uma perícia para avaliar o solo e se nenhuma estrutura foi danificada e a partir dessa perícia montar o planejamento e recuperação da área”, considerou Marcehse.

O especialista em gerenciamento de riscos, Gerardo Portela, também reforçou a importância de uma análise técnica no local do acidente para descobrir as causas exatas do acidente e apontar os responsáveis pelo desmoronamento. “O que se deve fazer agora é apurar que erros aconteceram, como aconteceram e quem deveria ter fiscalizado, mas não fiscalizou”, disse.

O desmoronamento é resultado de um erro de execução e de engenharia. O especialista considerou que “houve uma falha desde o projeto, planejamento, execução e conferência do dia a dia para chegar nesse ponto”.

Portela calcula que o atraso será de meses, visto que os danos “foram muito severos”. Segundo o especialista em gerenciamento de riscos, uma revisão completa do projeto e a realização de obras complementares podem se tornar necessários. “Tudo isso vai para a conta da população que paga impostos”, afirmou.

Rafael Castelo, engenheiro civil e professor da PUC-SP, também colaborou com sua visão. Afirmou que os funcionários correram “risco muito grande” com a situação, mas que eles, provavelmente, estavam bem treinados em questões de segurança de trabalho, saindo a tempo.

Ainda assim, ele pontuou que a tecnologia utilizada nas obras é segura, adotada em outros países também.

Fonte: BBC NEWS BRASIL

Com esse caso, conclui-se a importância de uma execução planejada, e que possua a presença do engenheiro responsável para fiscalizar e procurar soluções para possíveis problemas.

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Ana Paula de Mattos Nesi

Publicado em 06/10/2022 às 19:05h.

Referências: cnnbrasil.com, exame.com/brasil e g1.globo.com