Semana da Independência – Tipos de Financiamento
Conteúdo técnicoSe você já sabe tudo sobre pagamento de aluguel e, por mais que existam opções de locações interessantes no mercado, o fato é que além de ser um sonho unanime entre os brasileiros, em termos de tranquilidade, não há nada que se compare a ter uma casa própria — ninguém quer ter de lidar indefinidamente com os reajustes nos valores dos contratos, não é mesmo? — Se você quer dar o primeiro passo para conquistar sua independência, você está no lugar certo! A ideia aqui é ajudar você a ter clareza a respeito de tudo o que envolve sair do aluguel e investir na sua própria moradia, conquistando assim essa autonomia.
A primeira coisa a ser dita é que, independentemente do motivo que fez você partir para uma nova etapa na sua vida, é preciso ter prudência para evitar que o próximo passo não comprometa a sua vida financeira. É preciso também seguir alguns critérios e práticas financeiras que possibilitam a conquista deste objetivo. Relevante é entender também como as análises de crédito, consórcios e simulações de financiamento influenciam no processo.
Sabemos que quando você usa parte do dinheiro que ganha para alugar uma casa ou um apartamento, deixa de aplicar um valor que poderia estar sendo usado para melhorar a sua vida no futuro. É preciso lembrar que todo o dinheiro gasto com aluguel não volta mais. Ter seu próprio imóvel representa a segurança de um patrimônio, estabilidade, realização pessoal, economia e valorização a longo prazo. A questão é se organizar e criar uma estratégia para viabilizar a compra do imóvel. Por isso, é preciso se planejar e analisar as opções.
Em razão do alto valor de uma casa, ou apartamento, pagar à vista é quase sempre inviável. A fim de distribuir o valor de forma mais acessível para a população existem os financiamentos e consórcios.
No financiamento o comprador dá uma entrada, que pode ser o dinheiro economizado ou um valor oriundo do FGTS. Em ambos os casos, quanto maior for o valor, menores as mensalidades e a duração total do pagamento. Atenção, no entanto, às exigências das financiadoras. Pois é preciso estar com o nome limpo e comprovar renda, além de pagar taxas semestrais ou anuais. Estas últimas são as parcelas intermediárias, um pouco acima do valor das mensalidades padrão.
O consórcio, por sua vez, não exige uma entrada, bastando o pagamento das mensalidades adaptadas à sua realidade financeira. As parcelas aqui são fixas, sem as variações do financiamento. Também não há incidência de juros. Ao cumprir o período de carência, prazo de pagamento ou ser contemplado por sorteio, o final da compra será antecipado.
Mas afinal, qual é o mais apropriado para você? Deve-se analisar as opções e seu tempo de urgência, entender todas as taxas, juros e condições para determinar a melhor opção para sua situação. Além disso, o valor da propriedade, sua renda e os fundos em que você pode investir afetam o momento da compra. Saiba também que para quitação de dívidas, a amortização é aplicável. Portanto, de acordo com a instituição financeira, as amortizações podem ser diferentes, assim como para cada financiamento. É necessário verificar como esses fatores são aplicados e como afetam seus objetivos. Vamos lhe apresentar agora as principais opções de financiamentos disponíveis e suas mais essenciais características.
Sistema Financeiro de Habitação (SFH):
Os recursos do SFH são oriundos principalmente de depósitos em caderneta de poupança e FGTS, que podem ser utilizados para três fins: compra, reforma ou construções de casas. O financiamento pode chegar a até 80% do valor do imóvel e não pode ultrapassar o preço estimado de 1,5 milhão de reais. Vale ressaltar que, para obter o subsídio, o comprador precisa realizar uma análise financeira (crédito), devendo comprovar que as despesas mensais (parcelamento, seguro, juros) não ultrapassem 30% de sua receita total mensal. O prazo do empréstimo pode ser de até 35 anos, a taxa de juros anual é fixa, o limite superior é de 12% e acrescenta-se a taxa de juros referencial (TR), que atualizará o saldo devedor. Como o valor de TR de hoje é zero, o devedor na verdade paga apenas um valor fixo. Os dados mais recentes mostram que a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras que realizam investimentos imobiliários no âmbito do SFH está entre 7% e 8% ao ano, com tendência de queda em função da gradativa redução da taxa básica de juros (Selic).
Dessa maneira, para que seja possível contratar esse tipo de financiamento imobiliário, não pode haver outro em aberto. Além disso, é necessário ter o correspondente a 10% do valor total do imóvel para ser possível usar o FGTS como abatimento no valor do imóvel.
Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI):
Ao contrário do SFH, a fonte de recursos do SFI não são depósitos em contas de poupança nem FGTS, mas sim de outros investimentos de instituições financeiras, fundos de investimento, fundos de pensão e mercados de securitização. Além de atender às necessidades onde o SFH não se encaixa, também é utilizado por investidores imobiliários. Portanto, imóveis de alto valor são adequados para esse tipo de financiamento imobiliário. Em grandes centros urbanos, como São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, o sistema é amplamente utilizado devido aos preços mais altos das moradias. Dessa forma, com o SFI, as pessoas podem comprar casas ou apartamentos sem burocracia. Ressalta-se, ainda, que o financiamento do SFI não está sujeito às restrições de taxas de juros e demais condicionantes que ocorrem no SFH, e variam de acordo com a política de crédito e a autonomia de cada instituição financeira.
Minha Casa Minha Vida:
O Programa Minha Casa Minha Vida, é uma iniciativa lançada pelo Governo Federal em abril de 2009 para ajudar a viabilizar a compra de imóveis para os cidadãos de baixa renda e ajudar quem pretende comprar um imóvel. Seus benefícios incluem:
Abatimento de parte do valor da propriedade; Pagamento de parte do valor da entrada (subsídio); Descontos no seguro do financiamento imobiliário; Juros menores do que os de outros bancos.
O programa oferece condições atrativas de financiamento habitacional em áreas urbanas para famílias cuja renda familiar total não ultrapasse R $ 7.000,00 mensais.
Famílias com renda de até R$ 1.800,00:
Faixa 1 – Conta com financiamento em até 120 meses, com parcelas mensais que variam de R $ 80,00 a R $ 270,00, dependendo da renda total da família. A garantia do financiamento é o imóvel que vai adquirir.
Famílias com renda de até R$ 7.000,00:
Para as famílias com renda total não superior a R $ 7.000,00, a operação com recursos do FGTS passou a fazer parte do programa Casa Verde Amarela, que oferece juros diferenciados em relação ao mercado e permite a compra de casa própria.
Deve-se lembrar que o programa só é válido para imóveis totalmente novos, ou seja, nunca habitados e com valores máximos estabelecidos. Na maior parte das cidades o valor é de R$ 150 mil. Já em São Paulo, por exemplo, devido aos preços dos imóveis, o valor é de R$ 170 mil.
O Programa também tem a finalidade de subsidiar famílias para produção ou reforma de imóveis residenciais localizados em áreas rurais. Podem participar os agricultores familiares, trabalhadores rurais e comunidades tradicionais (quilombolas, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos e indígenas) com renda familiar bruta anual de até R$ 78.000,00, comprovada por meio da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).
Os beneficiários, com renda familiar bruta anual de até R$ 17.000,00, são atendidos com valor máximo de subsídio de R$ 36.600,00. Quem contrata crédito nessa faixa vai pagar 4% do valor contratado, em até 4 parcelas anuais. Já aqueles que recebem anualmente entre R$ 17.000,00 e R$ 33.000,00 brutos, são atendidos com financiamento FGTS e subsídios de até R$ 9.500,00 ou 50% do valor financiado (o que for menor). Há também um subsídio da taxa de risco de R$ 4.500,00. Já os beneficiários com renda familiar bruta anual entre R$ 33.000,00 e R$ 78.000,00 são atendidos com financiamento FGTS, subsidiada sua taxa de risco de R$ 4.500,00.
Vale lembrar que para cada tipo de financiamento é aplicada uma amortização para quitar as dívidas. Existem 3 tipos de amortização, sendo eles:
· Tabela Price:
Essa amortização não é muito usada no Brasil, mas é muito usada no exterior. Possui parcelas fixas, nas quais os juros diminuem e a amortização aumenta. Portanto, no primeiro pagamento, a maior parte será de juros. Assim, à medida que o parcelamento vai sendo pago, os juros vão diminuindo. Como os juros são cobrados de acordo com o valor ainda devido ao banco, eles são reduzidos a cada mês, afinal ocorre um pagamento a maior. Dessa forma, os juros são amortizados de acordo com o valor de cada parcela.
· Sistema de Amortização Constante (SAC):
Uma vez que cada parcela foi paga e os juros são calculados com base no valor do devedor, o valor da parcela diminuirá ao longo do tempo. Dessa forma, ocorre uma diminuição do valor a ser pago com juros. Assim, quando a amortização é fixa, a taxa de juros cai.
· Sistema de Amortização Crescente (Sacre):
Combinando a tabela Price com o SAC temos o Sacre. Assim, o valor das parcelas aumenta até certo ponto, e daí até o final, elas começam a diminuir. Portanto, a amortização ocorre com base no parcelamento, reduzindo os juros.
Ao compreender todas essas condições de financiamento imobiliário, você poderá determinar a melhor opção para o seu perfil e encontrar as taxas de juros e as condições de pagamento mais favoráveis para realizar o seu sonho de adquirir uma casa própria.